A Copa do Mundo do Brasil foi a grande aula que eu tive na
minha vida. Não esperava que tudo funcionasse e que o evento seria bem
organizado. Imaginava muitos problemas
no transporte público, transtornos com as telecomunicações, caos nos estádios
e, sobretudo, diversos problemas de segurança pública. Graças a Deus nada disso
aconteceu. Tudo ocorreu dentro da normalidade. Talvez fosse até um pouco de
ingenuidade minha, pois pela primeira vez tive a oportunidade de vivenciar o
Mundial de Seleções.
Evidentemente que um problema ou outro aconteça, afinal, não
existe nenhum grande evento perfeito. A perfeição é algo muito difícil de atingir,
e o Brasil chegou quase lá.
Dentro de campo jogos memoráveis. Muitos gols. E a sensação
de ver as partidas mais empolgantes de todas as Copas. Incrível!
O povo latino-americano, sobretudo, os brasileiros deram
show nos estádios. Cantaram, torceram pelas suas seleções favoritas e mantiveram
a paz nas arenas. No entanto, a torcida brasileira marcou um gol contra quando
vaiou o hino nacional de Espanha e Chile. Faltou respeito.
Como jornalista fiz o que pude para participar do evento. A
rádio Trianon, emissora na qual eu trabalho, não possuía os direitos de
transmissão, então eu não podia entrar nos estádio, áreas oficiais da FIFA e
etc. Mas consegui a credencial do Centro de Mídia Aberto (CAM), que foi criado
pelo governo federal para atender os jornalistas que não foram aos estádios.
Então pude criar matérias e colocar a criatividade em
prática com o que tinha à disposição.
Fui aos arredores da Arena Corinthians horas antes do duelo
entre Uruguai e Inglaterra e entrevistei torcedores de ambas as seleções. Também
colhi os depoimentos de brasileiros que curtiam o evento, moradores da região
de Itaquera e até de argentinos e mexicanos que foram prestigiar a partida.
Durante o jogo fiquei na Fan Fest, no Vale do Anhangabaú, no
centro de São Paulo, onde tantos outros torcedores acompanhavam a vitória do
Uruguai por 2 a 1 sobre o english team.
Desse “passeio” por São Paulo saíram várias pautas. Muitas
curiosidades e temas que envolvem a Copa do Mundo.
Nos outros jogos procurei assistir, anotar, colher dados,
analisar e principalmente interagir nas redes sociais para saber o que a galera
está pensando sobre determinado assunto. Pesquisar os sites internacionais
sobre a repercussão do evento também é fundamental para criar ideias novas e ter
uma noção do que os estrangeiros estão pensando sobre o Brasil.
Acredito que eu aprendi muito durante os 30 dias de Copa do
Mundo. Muito mais do que em três anos na universidade, pois o que se aprende na
academia não representa nem 20% da realidade do jornalista por causa de inúmeros
problemas na educação do país, que atinge também o nível superior, e não vale a
pena listá-los aqui. Vamos deixar para outra oportunidade.
A experiência de conviver com pessoas de outras
nacionalidades durante esses dias, conversar com jornalistas de outros países e
outros estados brasileiros contribuiu para o meu aprendizado na vida
profissional. Experiência incrível que eu quero repetir nos Jogos Olímpicos de
2016.