Após
três meses do vexame da Seleção Brasileira na Copa do Mundo ainda reluto para
entender o que foi o tal do “apagão” de 15 minutos contra a Alemanha e as sete
bofetadas que tomamos. Além disso, ainda teve o chororô antes, durante e depois
do duelo contra os chilenos. Mas para tentar ao menos compreender a catástrofe
verde e amarela no Mundial, que tal se atentar ao que está acontecendo no
futebol praticado no exterior?
Enquanto
clubes europeus propagam suas marcas e exploram o mercado americano, que
finalmente se abriu para o soccer,
com amistosos e ações de marketing em conjunto, os clubes brasileiros estão
patinando com estaduais mixurucas, lutando por uma pré-temporada decente,
chorando por migalhas e implorando o “perdão” da dívida com o Governo Federal,
cujo somatório ultrapassa os R$ 3 bilhões.
A
falta de verba inviabiliza ações fora do continente e o complexo de vira-lata
do eterno Nelson Rodrigues segue mais vivo do que nunca.
Enquanto
isso... Gol da Alemanha!
O
fair-play financeiro, uma das bandeiras levantadas pelo movimento Bom Senso FC,
diz que até 70% da arrecadação de um time pode ser destinada ao pagamento da
folha salarial, incluindo não só o departamento de futebol, mas todo o clube.
Há equipes, entretanto, que gastam além. É o famoso “dar o passo maior que a
perna”. De acordo com o último levantamento da Universidade do Futebol, tem
equipe que gasta até 120% da sua arrecadação com folha de pagamento, ou seja,
um rombo terrível! Uma bola de neve que
nunca terá fim!
Até
quando continuaremos enfiados na caverna procurando a luz do fim do túnel? E
não precisa ser nenhum gênio para saber que não se deve gastar mais do que se arrecada.
Basta ter a mínima noção de administração, o que não é muito difícil. Com
certeza o senhor ou a senhora aprendeu isso sem ter que frequentar a escola de
administração.
É
necessário que o dirigente brasileiro tenha mais responsabilidade para
administrar. A profissionalização da gestão dos clubes é mais do que óbvia no
cenário atual.
Enquanto
isso... Mais um gol da Alemanha!
A
renegociação da dívida com o governo não pode servir apenas como abertura de
espaço para que ela seja ampliada. É necessário impor limites. Diante do
panorama atual, só temos a perder. O “apagão” dura quase 50 anos, pois paramos
no tempo e vemos dirigentes comandando times como nos tempos em que se amarrava
cachorro com linguiça. Puro
amadorismo. Por isso, hoje, talvez, não estejamos entre as potências do futebol
mundial e nosso principal campeonato de clubes é inexpressivo comercialmente.
Continuamos
dentro da caverna futebolística brasileira, quase igual àquela imaginada por
Platão, esperando uma luz que ilumine o pensamento atrasado dos dirigentes
brasileiros. O último que sair, por favor, apague a luz.
Ih....Mais
um gol da Alemanha!