quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A caverna do futebol brasileiro


Após três meses do vexame da Seleção Brasileira na Copa do Mundo ainda reluto para entender o que foi o tal do “apagão” de 15 minutos contra a Alemanha e as sete bofetadas que tomamos. Além disso, ainda teve o chororô antes, durante e depois do duelo contra os chilenos. Mas para tentar ao menos compreender a catástrofe verde e amarela no Mundial, que tal se atentar ao que está acontecendo no futebol praticado no exterior?
Enquanto clubes europeus propagam suas marcas e exploram o mercado americano, que finalmente se abriu para o soccer, com amistosos e ações de marketing em conjunto, os clubes brasileiros estão patinando com estaduais mixurucas, lutando por uma pré-temporada decente, chorando por migalhas e implorando o “perdão” da dívida com o Governo Federal, cujo somatório ultrapassa os R$ 3 bilhões.
A falta de verba inviabiliza ações fora do continente e o complexo de vira-lata do eterno Nelson Rodrigues segue mais vivo do que nunca.   
Enquanto isso... Gol da Alemanha!
O fair-play financeiro, uma das bandeiras levantadas pelo movimento Bom Senso FC, diz que até 70% da arrecadação de um time pode ser destinada ao pagamento da folha salarial, incluindo não só o departamento de futebol, mas todo o clube. Há equipes, entretanto, que gastam além. É o famoso “dar o passo maior que a perna”. De acordo com o último levantamento da Universidade do Futebol, tem equipe que gasta até 120% da sua arrecadação com folha de pagamento, ou seja, um rombo terrível!  Uma bola de neve que nunca terá fim!
Até quando continuaremos enfiados na caverna procurando a luz do fim do túnel? E não precisa ser nenhum gênio para saber que não se deve gastar mais do que se arrecada. Basta ter a mínima noção de administração, o que não é muito difícil. Com certeza o senhor ou a senhora aprendeu isso sem ter que frequentar a escola de administração.
É necessário que o dirigente brasileiro tenha mais responsabilidade para administrar. A profissionalização da gestão dos clubes é mais do que óbvia no cenário atual.
Enquanto isso... Mais um gol da Alemanha!
A renegociação da dívida com o governo não pode servir apenas como abertura de espaço para que ela seja ampliada. É necessário impor limites. Diante do panorama atual, só temos a perder. O “apagão” dura quase 50 anos, pois paramos no tempo e vemos dirigentes comandando times como nos tempos em que se amarrava cachorro com linguiça. Puro amadorismo. Por isso, hoje, talvez, não estejamos entre as potências do futebol mundial e nosso principal campeonato de clubes é inexpressivo comercialmente.
Continuamos dentro da caverna futebolística brasileira, quase igual àquela imaginada por Platão, esperando uma luz que ilumine o pensamento atrasado dos dirigentes brasileiros. O último que sair, por favor, apague a luz.

Ih....Mais um gol da Alemanha!   

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