domingo, 13 de agosto de 2017

Meritocracia ou fidelidade?

A convocação do técnico Tite para os amistosos contra Equador e Colômbia foi muito parecida com as de outros jogos das eliminatórias. As novidades foram Cássio, goleiro do Corinthians, Ederson, arqueiro do Manchester City, Luan, atacante do Grêmio, e a ausência de Diego Souza, atacante do Sport, que foi chamado em outras oportunidades.

O treinador da Seleção deixou claro que tem uma base definida. Se por um lado isso é bom, pois mostra que o treinador tem convicção em suas escolhas, entretanto, devemos refletir se esse não é o momento de testar novos jogadores. A seleção precisa ter outras alternativas e não pode ser refém de apenas um sistema de jogo.

Fechar o grupo de jogadores para a Copa do Mundo dez meses antes pode fazer com que o comandante da Seleção repita o mesmo erro de seus antecessores. Além disso, ser fiel à alguns jogadores em detrimento a outros somente pelo fato de ser de "confiança" ou por conhecê-los pode incorrer no mesmo erro que Felipão cometeu em 2014 quando fechou o grupo após a conquista da Copa das Confederações em 2013 e levou ao Mundial alguns atletas que caíram muito de rendimento e outros que sofreram com seguidas contusões. Quem está de fora pode se sentir desprestigiado.



Treinador da Seleção Brasileira, Tite, quer encarar os próximos jogos do Brasil como simulação de Copa do Mundo
Créditos: Lucas Figueiredo / CBF


Tite fez sucesso no Corinthians por implantar no elenco a meritocracia, ou seja, jogam aqueles que estão melhor, contudo, na Seleção ele tem preferido escolher alguns pelo fato de ter confiança, independente, se outros da mesma posição estão em níveis melhores em seus clubes.

Será que esse não é o momento de observar de perto o goleiro Vanderlei, do Santos? Alex Sandro, da Juventus, e Guilherme Arana, do Corinthians? Jemerson e Fabinho, do Mônaco? São alguns nomes que deveriam ser observados mais de perto.

O comandante disse em sua coletiva que esses dois jogos é uma simulação de um jogo de Copa do Mundo, então, entendo que seria o momento adequado para testar alternativas e espero que o treinador brasileiro o faça em algumas partidas antes da Copa de 2018.

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