domingo, 13 de agosto de 2017

Meritocracia ou fidelidade?

A convocação do técnico Tite para os amistosos contra Equador e Colômbia foi muito parecida com as de outros jogos das eliminatórias. As novidades foram Cássio, goleiro do Corinthians, Ederson, arqueiro do Manchester City, Luan, atacante do Grêmio, e a ausência de Diego Souza, atacante do Sport, que foi chamado em outras oportunidades.

O treinador da Seleção deixou claro que tem uma base definida. Se por um lado isso é bom, pois mostra que o treinador tem convicção em suas escolhas, entretanto, devemos refletir se esse não é o momento de testar novos jogadores. A seleção precisa ter outras alternativas e não pode ser refém de apenas um sistema de jogo.

Fechar o grupo de jogadores para a Copa do Mundo dez meses antes pode fazer com que o comandante da Seleção repita o mesmo erro de seus antecessores. Além disso, ser fiel à alguns jogadores em detrimento a outros somente pelo fato de ser de "confiança" ou por conhecê-los pode incorrer no mesmo erro que Felipão cometeu em 2014 quando fechou o grupo após a conquista da Copa das Confederações em 2013 e levou ao Mundial alguns atletas que caíram muito de rendimento e outros que sofreram com seguidas contusões. Quem está de fora pode se sentir desprestigiado.



Treinador da Seleção Brasileira, Tite, quer encarar os próximos jogos do Brasil como simulação de Copa do Mundo
Créditos: Lucas Figueiredo / CBF


Tite fez sucesso no Corinthians por implantar no elenco a meritocracia, ou seja, jogam aqueles que estão melhor, contudo, na Seleção ele tem preferido escolher alguns pelo fato de ter confiança, independente, se outros da mesma posição estão em níveis melhores em seus clubes.

Será que esse não é o momento de observar de perto o goleiro Vanderlei, do Santos? Alex Sandro, da Juventus, e Guilherme Arana, do Corinthians? Jemerson e Fabinho, do Mônaco? São alguns nomes que deveriam ser observados mais de perto.

O comandante disse em sua coletiva que esses dois jogos é uma simulação de um jogo de Copa do Mundo, então, entendo que seria o momento adequado para testar alternativas e espero que o treinador brasileiro o faça em algumas partidas antes da Copa de 2018.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Fracesco Totti: de “Rei de Roma” à ícone italiano

O sonho de qualquer torcedor fanático é um dia jogar pelo seu clube de coração. Frustrados são aqueles que durante a carreira de futebolistas não conseguem essa façanha.

Não importa se você torce para o time jogar ou se a equipe é que joga para você torcer. Tudo depende do modo como você interpreta. Nos últimos anos o futebol ficou mais científico, entretanto, nada substituirá a capacidade de lucidez do ser humano e o acaso, esse último, onipresente no esporte.

O meio-campista da Roma, Totti, realizou o sonho de infância ao jogar pelo time que torce. Foi literalmente um torcedor dentro de campo, aliás, foi muito além disso, pois não só vestiu a camisa 10 mas incorporou o espírito do ‘futebolista raiz’ do mesmo jeito em que cobrava seus ídolos quando era apenas mais um fanático, em pé, na curva Sud do estádio Olímpico de Roma, onde também foi gandula na adolescência.


Despedida do italiano Totti, da Roma, marcou o fim de uma era
Créditos: Reprodução / AS Roma


Totti era criança quando o brasileiro Falcão fez história e ganhou o apelido de Rei de Roma. O trono foi passado do brasileiro para o italiano, que após décadas de dedicação foi punido pelo ‘senhor do tempo’ e obrigado a se retirar de cena. Assim como acontece em qualquer profissão, mais cedo ou mais tarde o sujeito é obrigado a se aposentar e com Totti não fora diferente. Agora é sua vez de passar o trono, cara. Talvez para De Rossi, que certamente ocupará o cargo de ídolo e capitão deixado pelo camisa 10, que por sua vez fora promovido a ícone da capital.

Dia 28 de maio de 2017 entra para a história do futebol italiano. Data em que Totti vestiu pela última vez a armadura da equipe romana. Com certeza ele cumpriu o seu dever. Não duvide disso. Se insistir em duvidar, veja as imagens dos litros de lágrimas derramadas pelos torcedores da Roma após a vitória contra o Genoa, por 3 a 2, pela última rodada do Campeonato Italiano.

Nada melhor do que se despedir com uma vitória dramática. Totti voltará para a arquibancada após jogar durante 24 anos por apenas um clube. Recusou milhões de euros de grandes potências europeias, como o Real Madrid, por exemplo. Declinou de jogar por equipes que certamente ganharam mais títulos porque sempre seguiu o que tinha no coração para continuar como um gladiador do time que muitas vezes não conseguiu acompanhar o ritmo e a qualidade de seu craque.



Últimos toques na bola de Totti com a camisa da Roma na partida contra o Genoa
Créditos: Reprodução / AS Roma


Francesco Totti é um dos pouquíssimos personagens que jogaram a carreira toda com apenas uma farda. Há quem diga: “Ah, mas ele não conquistou uma Champions League com a Roma”. Azar da Champions, eu diria. Totti foi muito maior que títulos e estatísticas. Para ele, a camisa da Roma é sua segunda pele e sua relação com a torcida tornou-se um casamento perfeito, que não permite aventuras extraconjugais. Coisa rara.   





Desse modo, ganhou o respeito dos rivais e após o último jogo da carreira tornou-se mais do que um ídolo de seu time: é reverenciado por todos os italianos, inclusive os rivais.


Confira os gols mais bonitos da carreira de Francesco Totti pela Roma e pela Seleção da Itália: 



segunda-feira, 29 de maio de 2017

Dica de leitura: "Vida"

Autobiografia de Keith Richards revela histórias curiosas
e desvendo os mitos sobre sua carreira
Sujeito icônico, inimigo número um da tecnologia, influenciou gerações com seu trabalho e fã de blues. Além de tudo isso, domina a guitarra e têm notas que somente as afinações dele conseguem atingir.

Autor de letras e melodias que entraram para a história como (I can't get no) Satisfaction, Start me up, Beast of Burden, Gimme Shelter, Jumping Jack Flash e tantas outras, Keith Richards, 73 anos, guitarrista dos Rolling Stones, lançou em 2010 a autobiografia “Vida”, escrita em parceria com o jornalista americano James Fox, traduzida e lançada no Brasil pela editora Globo.

Depois de sete anos do lançamento, eu tive a oportunidade de ler a obra. São mais de 600 páginas de histórias impressionantes que vão desde a infância de Keith, o início da amizade com Mick Jagger, as brigas com Brian Jones, fundador dos Stones, o envolvimento com drogas, prisões, sua relação conturbada com Anita Pallenberg até o envolvimento com os filhos e casamento com Patti Hansen. 

Richards garante que tudo o que está no livro é verdade, inclusive, ele teve até que se desculpar publicamente com Mick Jagger sobre os comentários impiedosos sobre o amigo que durante alguns anos foi também seu desafeto. O guitarrista disse que Mick sofria de Lead Singer Syndrome (em tradução livre Síndrome do Vocalista). 

A boa relação entre os dois na década de 60 e 70 tornou-se um misto de disputa por ego e vaidade que atrapalhou a banda durante as décadas de 80 e 90, contudo manteve a dupla "Glimmer Twins" afinada. 

Keith definiu o período como "Guerra Fria", mas pelo o que tudo indica, se reconciliaram em 2013, depois da retratação do guitarrista.

Em 2016, já em paz depois do período turbulento, a dupla relembrou os tempos em que moraram juntos em um apartamento em Londres: 





Essa história também é detalhada por Keith em sua autobiografia. 

Após o término do livro é possível concluir que Richards não tem sete vidas. Ele deve ter muito mais, pois sofreu inúmeros acidentes, além de revelar todo seu envolvimento com drogas, bebidas, dias seguidos sem dormir trancado no estúdio gravando e compondo, além da sua relação conflitante com a polícia dos países onde morou. Uma vida insalubre, sem nenhuma dúvida.

Richards não esqueceu de esclarecer alguns mitos sobre sua vida, como o que fez com as cinzas de seu pai e a tão falada troca de sangue na Suíça durante um tratamento de desintoxicação para se livrar das drogas.

Ao longo das histórias, Keith desmistifica algumas lendas em torno de suas músicas e revela como acontecia o processo de criação, composição e gravação de clássicos como Happy, Tumbing Dice, Honky Tonk Women (que nasceu como Country Honky composta no Brasil) e Before they make me run (uma canção em referência ao seu julgamento em Toronto, no Canadá). 

Quem gosta de boas histórias e quer uma leitura divertida do início ao fim, pode ler “Vida” que não irá se arrepender.

Os fãs dos Stones se orgulham ainda mais do ídolo imortal. 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Estádios por onde andei: Moisés Lucarelli, em Campinas

Neste ano de 2017 eu tive a oportunidade de conhecer mais um estádio. Dessa vez foi a casa da Ponte Preta, em Campinas, o Moisés Lucarelli, na partida em que o time do interior de São Paulo venceu o Palmeiras por 3 a 0 pelo jogo de ida da fase semi final do Campeonato Paulista.

Narrei essa partida pela equipe Gol de Placa da rádio Nova Estação FM, de Franco da Rocha, com os comentários de Samara Gomes e reportagem de Fábio Augusto.



Estádio Moisés Lucarelli ainda vazio por volta das 11h45 da manhã


Em 1900 um grupo de alunos do Colégio Culto à Ciência passava suas tardes jogando bola em campos improvisados de um bairro de nome curioso: Ponte Preta, na cidade de Campinas.

A vizinhança foi batizada em virtude de uma ponte de madeira feita pela ferrovia e que, para ser melhor conservada, havia sido tratada com piche.


Os jovens alunos do colégio no  dia 11 de agosto resolveram fundar um clube e não tiveram dúvidas ao nomeá-lo com o mesmo nome do bairro. Assim surgiu a Associação Atlética Ponte Preta, o primeiro clube do Brasil em funcionamento ininterrupto. O time de futebol mais velho do país. 


Lado externo do estádio Moisés Lucarelli

Ainda faltavam quatro horas para o início da partida, mas as equipes de televisão já tinham terminado a montagem de seus equipamentos do lado de fora do estádio. Nesse momento começam a regulagem de som e os testes dos satélites. 

Aquela imagem linda que você recebe em seu aparelho de televisão é resultado de horas de trabalho de muitos profissionais que chegam cedo nos estádios e são os últimos a saírem. 



Bastidores da montagem dos equipamentos de rádio


Os operados de rádio também são os primeiros a chegarem no local da transmissão para montagem dos equipamentos e testes de som. 


Cabines de rádio no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas

Diferente das novas Arenas, o estádio Moisés Lucarelli possui cabines de rádio improvisadas nessa bancada da imagem acima, pois por se tratar de um jogo de semi final do torneio estadual, muitas emissoras estiveram presentes. 



Corredor das cabines de rádio

Além das emissoras de rádios, nessa bancada algumas câmeras de televisão são instaladas para captura de imagens. 


Cabine de transmissão da rádio Nova Estação FM, no estádio Moisés Lucarelli



Na imagem acima, a cabine da rádio Nova Estação FM e meu material de transmissão. Note que a distância entre o local de trabalho e os torcedores é mínima, o que por um lado é bom, pois você fica mais perto da torcida e é possível sentir o clima do jogo, porém, por outro lado, é péssimo quando os torcedores se irritam com a imprensa e podem invadir a cabine sem nenhuma dificuldade. 




Samara Gomes (comentarista), Fábio Augusto (repórter) e Vander Felipe (narrador)

O estádio Moisés Lucarelli foi inaugurado oficialmente em 12 de setembro de 1948, mas anos antes os amigos Olímpio Dias Porto, José Cantúsio e Moyses Lucarelli (isso mesmo, a grafia da época era com y e não com i) reuniram dinheiro para comprar um terreno onde sonhavam construir um grande estádio para seu time. 

João Burghi, um dos patronos da Associação Atlética Ponte Preta, foi o criador do escudo alvinegro. Descendente de alemães, Burghi foi influenciado pelos escudos das equipes de futebol germânicas do início do século XX. 

Diversos escudos alemães eram muitos semelhantes ao design elaborado por ele para a Ponte Preta, em especial os de times das regiões de Hamburgo e Berlim. 

Nos anos de 2000, o escudo teve oficialmente inserido sobre ele a data da fundação, 11.08.1900, reforçando o fato de a equipe ser a primeira do Brasil criada como time de futebol e em funcionamento ininterrupto.







Confira um resumo da história e dos bastidores dessa transmissão no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. 




sexta-feira, 5 de maio de 2017

Dica de filme: 23 anos em sete segundos

Em 2017 completa 40 anos da histórica final do Campeonato Paulista de 1977 entre Corinthians e Ponte Preta, jogo em que marcou a quebra de um tabu de 23 anos sem título da equipe corinthiana.

O gol de Basílio tirou o alvinegro da longa fila e imortalizou o camisa oito, que ganhou o apelido de "pé de anjo". 

Depois de quatro décadas novamente essas duas equipes se reencontram na final do torneio estadual. 

No Paulistão desse ano, o Corinthians escolheu o meio campista Jadson para usar a camisa 77 por conta das comemorações de 40 anos do título mais comemorado da história do clube. 

Por isso, o blog sugere que você assista o documentário "23 anos em 7 segundos - O fim do jejum corinthiano", filme de 2009 sobre a histórica conquista e que reúne depoimentos de jogadores, ídolos do clube, torcedores e jornalistas que vivenciaram esse momento. 







Direção: Di Moretti e Julio Xavier
Produção executiva: Ricardo Aidar
Roteiro: Di Moretti
Locução original dos jogos: Osmar Santos
Trilha sonora: Alexandre Guerra
Produção: Cássio Mattos e Rafael Pinto

domingo, 19 de março de 2017

Transmissão de Palmeiras 3 x 0 São Paulo

No último sábado, 11/03/2017, eu trabalhei no clássico Palmeiras x São Paulo na Arena Allianz Parque em partida válida pelo Campeonato Paulista.

O confronto foi vencido pelo time alviverde por 3 a 0. Eu transmiti essa partida com os comentários de Célio Campos e reportagem de Paulo Franco da Rocha pela equipe "GOL DE PLACA" da rádio Nova Estação FM de Franco da Rocha.



Célio Campos, Paulo Franco da Rocha e Vander Felipe antes da transmissão do clássico Choque-Rei no Allianz Parque


Abaixo você pode ouvir a narração dos gols da vitória do Verdão sobre o São Paulo: 






Vander Felipe, Célio Campos, Paulo Franco da Rocha e Fábio Augusto debante o clássico Palmeiras 3 x São Paulo na cabine de transmissão do Allianz Parque



Confira o vídeo de como foi a narração dos dois golaços da partida: 







Transmissão de São Paulo 4 x 1 Santo André

No último domingo, 05/03/2017, eu trabalhei no estádio do Morumbi na transmissão da partida entre São Paulo X Santo André pelo Campeonato Paulista. 

Narrei essa partida com o comentários de Célio Campos e reportagem de Rodrigo Milani no estádio Cícero Pompeu de Toledo, o famoso Morumbi, pela equipe "GOL DE PLACA" da rádio Nova Estação FM de Franco da Rocha. 


Vander Felipe, Célio Campos e Rodrigo Milani, equipe "Gol de Placa, da rádio Nova Estação FM no Morumbi

O São Paulo venceu esse jogo por 4 a 1 e abaixo você pode ouvir a narração dos gols da vitória Tricolor:






Vander Felipe, Rodrigo Milani, Célio Campos e o técnico de externa Roberto Premero durante o Jornal do Pós - Jogo no Morumbi debatendo a rodada do Paulistão


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Estádios por onde andei: Jayme Cintra

O estádio Jayme Cintra é a casa do Paulista F.C., localizado na praça Dr. Salim Gebram, Jardim Pacaembu, nº 1, em Jundiaí, interior do estado de São Paulo.

A primeira vez que eu estive no estádio foi em 2010 para transmitir pela rádio Estação FM a final da Copa Paulista Futebol, no qual, o time da casa enfrentou o Red Bull de Campinas. O time tricolor jundiaiense foi campeão daquela edição do torneio. Eu narrei a partida com os comentários de Celso Monteiro e reportagem de Célio Campos. Na época, não fiz nenhum registro fotográfico da equipe nem do estádio.

Em 2017, no entanto, eu tive a oportunidade de voltar ao estádio para transmitir pela rádio Nova Estação FM a partida entre Paulista X Nacional, dia 04/02/2017, pela série A-3 do Paulistão. Os donos da casa perderam por 2 a 1 de virada. Trabalhei nesse jogo com reportagem de Célio Campos e técnica externa de Roberto Premero.

Estádio Jayme Cintra antes da partida Paulista X Nacional pela série A-3 do Paulistão


O estádio é muito agradável. Os funcionários do galo da Japi, apelido do Paulista, são receptivos, as condições de trabalho são boas, ótima visão da cabine de transmissão para o campo de jogo e o público do estádio são majoritariamente moradores da cidade.


Pouco mais de mil pessoas compareceram ao estádio para prestigiar o primeiro jogo da equipe profissional no estádio


Além disso, os profissionais de imprensa da região de Jundiaí também atuam na cobertura do clube e ficam felizes quando jornalistas de outras cidades comparecem ao estádio.
Nesta oportunidade, eu tive o prazer de conhecer o radialista Luiz Antônio de Oliveira, 76 anos, conhecido na cidade como “Cobrinha”, da rádio Difusora de Jundiaí.



Vander Felipe, Luiz Antônio de Oliveira "Cobrinha" e Célio Campos


Cobrinha é o cronista mais antigo na cobertura do clube: mais de 50 anos como setorista.


Cobrinha, da rádio Difusora de Jundiaí, está na cobertura do Paulista há mais de 50 anos



No fim do jogo, ele participou do fechamento da jornada esportiva da rádio Nova Estação FM no programa Pós – Jogo com histórias e informações importantes sobre o Paulista. 



Estacionamento de associados, diretores, imprensa e visitantes no estádio Jayme Cintra


A origem

Entre 1903 e 1908 havia o Jundiahy Foot Ball Club, fundado ao lado da locomotiva 34 no pátio da Companhia Paulista de Estradas de Ferro de Jundiaí.

Em 17 de maio de 1909, o clube se transformou no Paulista Futebol Clube. Nos primeiros anos de sua existência, por não haver competições organizadas na cidade, a atividade futebolística do Paulista se limitava a disputas internas entre os associados e esporádicos jogos amistosos contra outras equipes. Em seus primeiros tempos, o clube utilizou um campo na atual Vila Rio Branco e em 1913 mudou-se para instalações em um terreno na Vila Leme.

Em 1933, à Federação Paulista de Futebol, onde disputou as competições organizadas pela entidade sem, no entanto, obter nenhum sucesso. Sem condições de construir um estádio próprio, que já fora idealizado pelo presidente do clube na época, Dr. Jayme de Olhôa Cintra, em 1944, a equipe começou a mandar seus jogos, a partir de 1957, em uma área no Jardim Pacaembu, em Jundiaí, onde está até os dias de hoje. 





Primeiro acesso

O Paulista subiu à divisão principal em 1968. Dez anos depois, o clube acabou sendo rebaixado, mas retornou em 1984, depois de golear o Vocem de Assis por 7 a 1, em São Paulo, no estádio do Parque Antártica. Depois de um ano na divisão de elite, o clube acabou novamente caindo de divisão e começou a procurar parcerias com empresas para se reestruturar.



Equipamento de transmissão e visão para o campo de jogo


Primeira parceria

Em 1995, o time de Jundiaí se associou à empresa Lousano em um dos primeiros contratos de co-gestão do futebol brasileiro. Logo no primeiro ano, a parceria produziu bons resultados, com o clube subindo da Série A3 para a Série A2 do futebol paulista. Com essa parceria, muitos craques consagrados vestiram a camisa do clube, como Casagrande e Toninho Cerezo. Também com a parceria, o clube conquistou a Copa São Paulo de Futebol Júnior em 1997.

Nova parceria e mudanças de nome

Desfeita a parceria no ano seguinte, o Paulista se associou, mais um vez, a uma outra marca, desta vez à Parmalat, mudando o nome do clube para Etti Jundiaí. A mudança desagradou a uma parcela expressiva da torcida, mas trouxe resultados imediatos em campo, com o time vencendo o Campeonato Paulista da Serie A2 e o Brasileiro da Série C, ambos em 2001. No ano seguinte, a Parmalat anunciou a retirada de seus investimentos em futebol e o time passou por uma curta fase de transição, durante a qual se denominou Jundiaí Futebol Clube. Finalmente, um plebiscito entre os torcedores devolveu-lhe, por expressiva maioria, o nome de Paulista Futebol Clube.

Década de conquistas

Mesmo sem nenhum parceiro, o clube não deixou de conseguir resultados importantes, como o vice-campeonato Paulista de 2004, sendo superado apenas pelo São Caetano na final, e a maior conquista da sua história: a Copa do Brasil de 2005, ao vencer equipes tradicionais do futebol nacional como Juventude (RS), Botafogo (RJ), Internacional (RS), Figueirense (SC), Cruzeiro (MG) e Fluminense (RJ). No ano seguinte, o time disputou pela primeira vez uma competição internacional: a Copa Libertadores da América, mas acabou sendo eliminado ainda na primeira fase da competição. Em 2007 (6º lugar) 2008 (12º lugar) e 2009 (12º), o Paulista fez campanhas regulares no Campeonato Paulista.

Em 2010 a equipe amargou má campanha no Campeonato Paulista, ficando na 15ª colocação, com 20 pontos ganhos. A diferença de pontos do Paulista para o 17º colocado, primeiro da zona do rebaixamento, foi de apenas um ponto. Em compensação, no segundo semestre, a equipe comandada por Fernando Diniz superou o Red Bull Brasil na final da Copa Paulista de Futebol e garantiu vaga na Copa do Brasil de 2011.

Das conquistas aos novos rebaixamentos

Feito repetido na temporada seguinte, mas dessa vez diante do Comercial no estádio Santa Cruz, sob comando de Wagner Lopes. Com a conquista, o Paulista de Jundiaí tornou-se o único do estado a levantar o troféu por três vezes na história. Já na temporada de 2012, o clube amargou eliminações precoces tanto na Série A1, como na primeira fase da Copa do Brasil, para o Goiás. Para completar o ano ruim, a sequência vitoriosa na Copa Paulista foi interrompida logo na segunda fase.

Na sequência da má campanha de 2012, o time de Jundiaí também foi mal no Paulistão de 2013, quando lutou contra o rebaixamento, mas conseguiu a permanência na elite.

2014 foi um ano para ser esquecido em Jundiaí. Depois de 11 anos atuando na elite do futebol estadual, o Paulista acabou sendo rebaixado para a Série A2. Em 15 partidas disputadas, o clube somou apenas quatro pontos, sem conquistar nenhuma vitória. No segundo semestre, o time disputou a Copa Paulista, mas foi eliminado ainda na primeira fase, ficando na última colocação do Grupo 02.

De volta à Série A2, em 2015, o Paulista chegou a ter sua permanência na divisão ameaçada, mas, por fim, conseguiu se livrar da degola com certa folga. O clube terminou na 11ª colocação na tabela e longe do retorno à Série A1 do Campeonato Paulista.

Jornal de Franco da Rocha homenageia equipe Gol de Placa

Na edição do mês de janeiro de 2017, o jornal mais antigo da cidade de Franco da Rocha, Juca Post, publicou matéria em homenagem a equipe GOL DE PLACA da rádio Nova Estação FM por ter ficado em segundo lugar na votação aberta para a escolha das três melhores equipes esportivas do interior do estado de São Paulo no de 2016.







Além do jornal impresso, o Juca Post também publicou matéria em seu site oficial. O link completo da reportagem você pode acessar aqui. 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Pratto e Fred podem jogar juntos no Atlético-MG?

Essa pergunta que está no título sempre é feita quando uma equipe de futebol conta com dois jogadores que atuam na mesma posição do setor de ataque. O senso comum indica que não podem formar dupla atletas que ocupam o mesmo espaço dentro de campo. Será? Levanto a questão porque há exemplos reais que deram certo.

Todas as vezes que eu ouço ou leio essa pergunta, eu penso no caso do Mandzukić, aliás, ele tem perfil parecido com Pratto.

Na Alemanha em 2013, a dúvida era se o croata poderia jogar junto com o peruano Pizzaro no ataque do Bayern de Munique durante o período de lesão do francês Ribery. Muitos duvidaram. Mandzukić passou a jogar aberto pela esquerda nos esquemas 3-4-3 ou 3-6-1 ou 4-1-4-1 que eram os mais utilizados pelo técnico Pep Guardiola, à época, que enfrentou resistência do próprio Mandzukic, no final, deu certo.

A mesma polêmica surgiu na Itália com a dupla Higuaín e Mandzukić na Juventus. O croata novamente foi atuar pelo lado esquerdo do ataque, inclusive fechando espaços no meio campo e acompanhando o lateral adversário. Ambos estão fazendo muitos gols e são importantes para a equipe no papel tático.

Esse é apenas o exemplo mais conhecido, mas há outros casos similares. Adriano e Ronaldo, Bebeto e Romário, na Seleção Brasileira. Marticial e Ibrahimovic, no Manchester United. Dzecko e Aguero, no Manchester City e tantos outros.

Pratto e Fred podem jogar juntos sim, com Pratto aberto pela esquerda do ataque ou por dentro na segunda linha de meio campo. No entanto, para que isso aconteça é necessário que o treinador tenha interesse em montar o time assim e o jogador tenha disposição para aprender.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Ceni inicia trabalho no São Paulo baseado nas principais equipes do Mundo

O início de trabalho de qualquer profissional gera um misto de ansiedade e incertezas. Você já pensou como foi o seu primeiro dia de trabalho numa grande empresa?  Com Rogério Ceni não deve ter sido diferente. Evidentemente, algumas coisas ele conhece por ter sido jogador e por conhecer como ninguém o São Paulo.


Créditos: Rubens Chiri / saopaulofc.net


Ainda há inúmeras incertezas sobre o trabalho do novo técnico do Tricolor, pois o time ainda não disputou nenhum torneio oficial. No discurso, entretanto, e com ações nos primeiros treinos, pudemos conhecer o que Ceni pensa sobre futebol e o que pretende colocar em prática.

Nos EUA, Ceni treinou o time para Flórida Cup no 3-4-3, mas alertou que não descarta usar os esquemas 4-1-4-1 ou até mesmo o 3-5-2. Em suas entrevistas, o comandante tem mostrado que a maneira que imagina o São Paulo em campo é semelhante ao que faz Chelsea, Manchester City, Tottenham e Liverpool. Atacam em blocos com cinco ou seis jogadores a fim de buscarem superioridade em setores do campo e defendem com cinco ou seis jogadores. Nesse contexto, os alas e os pontas possuem papéis fundamentais nas ações ofensivas e defensivas. Além disso, ele exige que os goleiros saibam jogar com os pés, recurso utilizado pelas principais equipes da Europa e uma tendencia mundial. 


Desse modo, Rogério Ceni começa no tricolor com o pé direito, pois baseia seu trabalho em dados concretos e mostra que está atento com o que acontece no mundo. 


Confira abaixo algumas imagens disponibilizadas do último treino comandado por Rogério Ceni: 



quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Clubes vizinhos em São Paulo iniciam o ano com mentalidade parecida: definição de perfil para formação de elencos

O Palmeiras se reforçou bem para a temporada de 2017. Ao contrário do ano de 2015 quando contratou mais de 40 jogadores e inchou o elenco, dessa vez há coerência nos reforços. Até o momento, chegaram ao Palmeiras Michel Bastos, Felipe Melo, Guerra, Hyoran, Raphael Veiga e Keno. Jogadores experientes, dois com participações na Copa de 2010 e currículos internacionais.

As contratações foram pontuais e com o propósito de dar ao treinador, Eduardo Baptista, opções e versatilidade.



Em busca de títulos internacionais, o técnico Eduardo Baptista inicia a pré-temporada no Verdão
Créditos: César Greco / Ag. Palmeiras / Divulgação


O objetivo da equipe palestrina é claro: conquistar a Libertadores da América e o Mundial de Clubes da FIFA. Será possível? Só o tempo mostrará, mas o fato é que o planejamento foi acertado e é elogiável essa organização no início do ano, pois há clubes que não contratam jogadores com o perfil planejado. Apenas aproveitam oportunidades de mercado e quase sempre isso termina mal no fim do ano.

O São Paulo, do técnico Rogério Ceni, também tem um perfil de jogadores para montar o elenco. A preferência é por “pratas da casa” e atletas jovens, que estão em formação e poderão ser moldados pelo novo treinador são paulino.


Rogério Ceni comanda elenco recheado de jogadores jovens e formados na base do clube
Créditos: Érico Leonan / saopaulofc.net



Após alguns anos, é possível concluir que algumas gestões mudaram para melhor e a organização do planejamento está de acordo com o que se faz nos grandes times da Europa. Tomara que não seja algo passageiro pelo futebol brasileiro e que outras equipes também sigam esses exemplos. Há esperança.

Entretanto, há um problema: o futebol é um esporte totalmente imprevisível, pois o acaso pode cruzar pelo caminho e todo planejamento correto feito, pode dar errado no final.  


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Estádio por onde andei: Vail Chaves, em Mogi Mirim

Durante o ano de 2016, eu tive a oportunidade de transmitir jogos de futebol em estádios que eu não conhecia. A experiência foi muito enriquecedora. Já contei aqui no blog as histórias da Rua Javari, estádio do Juventus, da Mooca, e do estádio Nabi Abi Chedid, casa do Bragantino.

Outro estádio legal de conhecer foi o Vail Chaves, do Mogi Mirim, no interior de São Paulo. Com capacidade para 19 mil pessoas.


Estádio do Mogi Mirim já foi palco de partidas importantes âmbito do futebol nacional. Em 2004 recebeu vários jogos importantes do Santos na campanha do título do Campeonato Brasileiro


A partida que transmiti foi Mogi Mirim 1 x 2 Palmeiras, em 10/04/2016, pela rádio Nova Estação FM, com comentários de Wagner Hiroi e Samara Gomes e reportagem de Daniel Reis.

O jogo era importante para as duas equipes, pois o Verdão iniciou mal o Campeonato estadual e precisava vencer para garantir a classificação à próxima fase do Paulistão, enquanto o Mogi precisava vencer para não ser rebaixado para a série A-2 do torneio.



Equipe GOL DE PLACA rádio Nova Estação FM no gramado do estádio Vail Chaves antes da partida entre Mogi Mirim x Palmeiras pelo Campeonato Paulista: Wagner Hiroi (comentarista), Daniel Reis (repórter), Samara Gomes (comentarista) e Vander Felipe (narrador)


O alviverde venceu, se classificou e o Sapão da Mogiana foi rebaixado de divisão.  

A curiosidade histórica no estádio são as constantes mudanças de nome. No fim da década de 30, o empresário Vail Chaves doou o terreno para construção do estádio. A construção durou décadas e a inauguração do estádio aconteceu cinquenta anos depois e o nome do empresário foi dado ao estádio como homenagem.


Time do Mogi Mirim no trabalho de aquecimento antes da partida contra o Palmeiras



Na década de 1980, o então presidente, Wilson Fernandes de Barros, iniciou a construção da arquibancada de concreto, o que aumentou a capacidade do campo de jogo para 19 mil espectadores.

O cartola mudou o nome do estádio pela primeira vez. Como forma de homenagem a si mesmo, ele batizou a casa do Sapão, como é conhecida a equipe, com o seu próprio nome: Wilson Fernandes de Barros.  


Goleiros do Palmeiras Fernando Prass e Jaílson no aquecimento antes da partida contra o Mogi. As cabines de transmissão do estádio Vail Chaves possuem ótima visão para o campo de jogo e sem pontos cegos


Em 1999 o cartola mudou de ideia e resolveu rebatizar o estádio com o nome do Papa João Paulo II, que durou até que Rivaldo assumisse a presidência do clube.

O maior jogador da história do Mogi resolveu homenagear o próprio pai e batizou o estádio de Romildo Vitor Gomes Ferreira.




Em 2005, o estádio tinha o nome de Papa João Paulo II e recebeu o jogo do último título Paulista do São Paulo FC



Assim que Rivaldo renunciou ao cargo de presidente do Mogi, novamente o nome do estádio foi alterado para a nomenclatura original e de alguém que tem história na cidade e no clube: Vail Chaves, empresário que cedeu o terreno para construção foi novamente homenageado, no entanto, o nome do pai de Rivaldo ainda está na entrada principal do estádio. 



O nome do pai de Rivaldo no estádio do Mogi causou polêmica na cidade e muitos torcedores deixaram de frequentar o estádio como forma de protesto

Logo na entrada principal da torcida é possível ver a sala de troféus do Mogi Mirim, que em 2012 foi o time do interior de São Paulo com melhor colocação no Campeonato Estadual e foi premiado pela Federação Paulista de Futebol. 



Sala de troféus do Mogi Mirim fica localizada logo na entrada principal do estádio e de fácil acesso para todos os torcedores

Acompanhar um jogo do Mogi Mirim no estádio Vail Chaves é um ótimo passeio turístico para quem visitar a cidade. Se você está acostumado a acompanhar partidas de futebol nas novas Arenas em São Paulo, a casa do Mogi, assim como outros estádios do interior do estado paulista, lhe proporciona a real sensação de como eram os estádios antigamente. Além disso, os funcionários do Mogi Mirim que trabalham no estádio são atenciosos e simpáticos, sempre dispostos a contar toda a história do local. 

Ouça os gols da vitória do Palmeiras sobre o Mogi Mirim na narração de Vander Felipe em transmissão pela rádio Nova Estação FM de Franco da Rocha: 





Você já visitou o estádio do Mogi Mirim? Tem alguma história interessante? Se sim, poste nos comentários. 
Vander Felipe. Tecnologia do Blogger.

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